Pronto para o SOA?
Débora Fortes, da INFO 25 de setembro de 2008A cena se repete na maior parte das empresas. São dezenas de sistemas independentes operando ao mesmo tempo, e fica difícil fazer tudo conversar. É aí que entra o SOA (Service Oriented Architecture, conceito voltado para a integração), a arquitetura orientada a serviços. A idéia é integrar as tecnologias, num conceito análogo a peças de um jogo de Lego. Uma pesquisa do IDC aponta que 58% das empresas no mundo estão estudando o SOA, 18% colocaram o conceito em produção e 13% têm um projeto piloto. Somente 11% declararam que não estão fazendo nada a respeito.
Para que o SOA entre em prática, começa a surgir uma demanda por profissionais de TI. “Vários de nossos clientes têm nos pedido indicações nessa área”, afirma Fernando Lemos, diretor de consultoria e serviços profissionais da BEA Systems. “O salário desse profissional pode chegar ao patamar do de um gerente de tecnologia ou de projeto, algo entre 8 a 12 mil reais”, diz.
A GVT é uma das empresas que embarcaram no SOA, com um grupo de 16 profissionais. “Em telecom, precisamos de produtos cada vez mais inovadores e isso tem muito impacto nos sistemas. O SOA é uma maneira inteligente de controlar processos e reutilizar as coisas”, diz Alessandra Bomura, 36 anos, gerente de arquitetura e tecnologia da GVT. Na operadora desde a sua criação, há seis anos, Alessandra é graduada em Ciência da Computação pela Unesp e fez MBA de Gestão Empresarial pela FGV. Antes de aderir ao SOA, trabalhava com BI e sistemas de engenharia.
Alessandra espelha o perfil do profissional que tem se dado bem na área, aliando o conhecimento técnico e a formação de negócios. Além disso, em boa parte das empresas as equipes de SOA estão sendo formadas por pessoas que, como ela, trabalham na companhia há algum tempo. “É fundamental ter profissionais que conheçam bem os processos da empresa”, afirma Márcio Butuem, gerente sênior de consultoria de vendas da Oracle.
Outro exemplo é o engenheiro químico Marcelo Jaccoud Amaral, 43 anos, na Petrobras desde 1987. Há dois anos ele é um dos arquitetos tecnológicos da companhia, parte de um grupo de 30 profissionais. Além do conhecimento do negócio, trazia na bagagem o mestrado de Engenharia de Software pela PUC-Rio. “Fui me envolvendo com tecnologias de web e XML”, diz.
Como não há uma formação específica para atuar em SOA, o que conta é a combinação da experiência do profissional, a habilidade técnica e a visão do negócio. “Você tem de conhecer um pedacinho de cada sistema que está integrando, ser multidisciplinar”, diz Marcelo Galvão, gerente de plataforma de integração de negócio da TIM Brasil. Ele é formado em Engenharia da Computação pela Unicamp, com mestrado em Sistemas Distribuídos pela Universidade de Lyon. O grupo de SOA da TIM tem 35 pessoas. Já no Deutsche Bank, são oito analistas. “Investimos na nossa equipe, que já era próxima das áreas de negócio”, diz Keiji Sakai, CIO do Deutsche.
Qualificação técnica
J2EE, Java, XML, .Net, Ajax, PHP e Python estão entre os termos que são bem-vindos no currículo do candidato a arquiteto SOA. Mas há uma safra de siglas em alta sintonia com a área de negócios. BPM (Business Process Management), ESB (Enterprise Service Bus), BRE (Business Rules Engine), Itil (Information Technology Infrastructure Library) são alguns exemplos.Para quem quer investir na área um dos caminhos são as certificações e eventos promovidos pelos fornecedores de soluções. “Estamos fazendo parcerias com universidades para desenvolvermos cursos na área, como extensões e MBAs”, afirma Marco Bravo, diretor de software da IBM.
O SOA também abre frentes de trabalho entre os fornecedores de TI. É o caso da IBM. Um de seus especialistas é o arquiteto de TI Mauro Ceccini, de 43 anos. Formado em Engenharia Eletrônica pela Poli/USP, ele presta consultoria a clientes da IBM na área de SOA, dentro de uma equipe de 12 profissionais.
Fonte: http://info.abril.com.br/professional/desenvolvimento/pronto-para-o-soa.shtml
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